sexta-feira, 8 de abril de 2011

Precisamos de Paz!



Que país é esse?

Que país é esse? Pergunta o compositor e cantor irreverente, diante de realidade que não podemos mais esconder. O Brasil em números absolutos é o país que mais se mata ser humano por armas de fogo, em sua maioria absoluta por armas leves, como estas, que ontem em mãos erradas, mataram parte da nossa inocência, da nossa dignidade, da nossa humanidade.

A comoção é nacional! Aemoção toma conta de todos nós, quem humano se sente, sente um pouco a dor dos pais, familiares e amigos das crianças e jovens que foram exterminados estupidamente em uma escola do município de Realengo, no Rio de Janeiro

Neste mês de abril, como um cineasta, de maneira profética, chamou de abril, abril despedaçado, é assim que está à dignidade brasileira, humana, despedaçada.

Não importa como uma vida é ceifada, o que importa, é a pergunta, quantas vidas serão necessárias para enxergarmos, que as armas no Brasil estão exterminando nossa juventude, nossas crianças, nosso povo?

E olha! que tem um ditado popular que diz “DEUS É BRASILEIRO” e não fosse?

Somos um dos maiores países católicos do mundo, talvez o maior, somos o maior país espírita do mundo, hoje no Brasil, existe uma nação do tamanho da Argentina de evangélicos, os nossos credos de matriz africana tem crescido muito. Um enorme envolvimento de pessoas que trabalham para consolidar a cidadania e os direitos humanos que credo nenhum professa. Talvez o maior país Maçon do Planeta. Um dos países do mundo de organizações de todos os setores e pessoas envolvidas com o estabelecimento da cultura da paz. Trabalhando em favor da Vida.

Mas, apesar disso, somos um país violento, embora o povo brasileiro não deseje isso, existe uma vontade de mudar realidades violentas que acontecem todos os dias e que nesta quinta-feira (7/4/2011) nos pegou fortemente, estamos todos consternados, impactados.

Mas, apesar de todos os esforços que empreendemos todo dia para evitar a violência, os números abaixo não contam a nosso favor, precisamos fazer muito mais:

Com 34.000 (mil mortes, em 2003, era pior 36.000) ano,=é o país que mais se mata seres humanos por armas de fogo em números=absolutos e o quarto lugar no mundo em relação a sua p=pulação.

É um país que, segundo estimativa, tem mais de 17 =ilhões de armas circulando entre nós, a maioria, 90 % =as mãos de civis, a maioria delas na ilegalidade.

Cerca de 69% dos assassinatos são cometidos por pessoas sem antecedentes criminais e por motivos fúteis

Ainda, somos um país homofóbico, preconceituoso, i=tolerante religiosamente falando, com índices alarmantes de violência =oméstica contra crianças e mulheres indefesas.

Com grandes dificuldades nas áreas da saúde, educação, segurança, desenvolvimento social entre outras

Que país é esse? Acreditamos que ainda é o país da esperança, somos um país da diversidade religiosa, da cidadania, dos direitos humanos em todos os aspectos de nossa humanidade que se deseja consolidar, somos um país da solidariedade praticada pelo trabalho de formiguinha de muita gente, conhecidas e anônimas.

Somos um país que saberemos sair da indiferença e omissão e não permitir mais que um instrumento como as armas caiam e estejam em mãos erradas construindo tanta dor e sofrimento.

Vendo o noticiário da Rede Globo ontem, no horário nobre da nossa televisão brasileira, Fátima Bernardes, lá em frente da escola onde aconteceu uma das maiores tragédias em nosso país, no momento, como repórter, tentando pensar junto com o Brasil, indaga ao especialista em segurança pública da mesma rede, o porquê de tudo isto, no que ele responde, pelo fácil acesso às armas.

Parece uma resposta muito simples, diante de um caso de violência extrema, que certamente tem origem multi-complexas, mas, a resposta é profunda na sua singeleza, se este jovem não tivesse o acesso tão fácil ás armas, será que ele não poderia ter agido de modo diferente?

Será que os nossos problemas devam ser resolvidos de forma tão letal? Não. Podemos resolvê-los de modos diferenciados e não-violentos, sim senhor.

Sabemos também, que a culpa não é da arma em si, mas de quem as usa. Mas é lógico e nisto somos convictos, de que o acesso fácil ás armas, permitiu que aquele jovem e tem permitido a muitos outros, de resolverem, sejam lá quais forem seus problemas, resolverem de forma tão violenta e trágica.

Somos convictos de que se empreendermos esforços articulados, integrados em controlar ás armas. Permitindo armas em mãos certas, traduzindo-se em segurança. Procurando diminuir este número absurdo de armas circulando em nosso país, com controles rígidos, apreensões de armas ilegais e campanhas de entrega voluntária de armas e munições de forma permanente, tal como o Ministério da Justiça está empreendendo a partir deste ano de 2011.

Tal como é feito anualmente, com campanhas de erradicação da dengue pelo Ministério da Saúde.

Muitas vidas serão salvas e poupadas, menos armas circulando mais vidas.

Que país é esse? Esse, é o país que continua construindo sua cidadania humana, participativa, socialmente mais justa, solidária, reconhecendo que os conflitos e desafios nunca deixarão de existir, mas que poderão ser resolvidos respeitando á Vida como base de tudo o mais e que a nossa democracia, além de justa socialmente, seja pacificadora.

Que país é esse? Agora, o nosso país é o país da oração em favor das nossas crianças e jovens que foram brutalmente arrancadas dos convívios dos pais, familiares, amigos, colegas de turma da escola em Realengo no Rio de Janeiro e em nome delas vibramos por todas as vítimas de violência.

Que país é esse? Com diz a sabedoria, é o país que dele fizerem o seu povo.

Almir Laureano

Movpaz

Rede Desarma Brasil

Grande Oriente do Brasil