domingo, 28 de agosto de 2011

Os sagrados direitos...

A Constituição brasileira assegura aos trabalhadores o direito à greve. Por outro lado, também assegura às crianças e adolescentes, o direito à educação, assim como, a qualquer cidadão, o direito ao ir e vir.

Na qualidade de diretora da EEEP Juarez Távora, reconheço e respeito tais direitos e, embora também professora, portanto parte interessada em questões relacionadas a condições de trabalho e remuneração da categoria, não seria possível neste momento, colocar convenientemente de lado os compromissos livremente assumidos por mim junto à Secretaria de Educação, professores, funcionários, alunos e pais, ao aceitar a direção da escola, dentre os quais destaco a garantia de geri-la da melhor maneira possível que estivesse ao meu alcance.

Antes de deflagrada a paralisação, reuni todos os professores da escola e questionei aos mesmos acerca da posição que adotariam.Por duas vezes obtive dos mesmos a resposta de que não paralisariam as atividades, exceto nas datas de mobilização nacional. Ao mudarem de posição, deixei claro, inclusive perante um grande grupo de membros do sindicato e comissão de greve que compareceram à escola, que não haveria, por parte da direção, nenhuma retaliação decorrente da participação no movimento, excetuando-se apenas ações derivadas do desrespeito aos direitos acima mencionados ou excessos porventura praticados no calor dos acontecimentos.

Visando minimizar os efeitos prejudiciais que uma greve traz a toda a escola, e em especial aos alunos, organizamos um novo horário escolar a partir da disponibilidade dos professores da grade regular que não aderiram ao movimento e professores técnicos, que, sem qualquer relação com a paralisação, permaneceram durante todo o período em pleno exercício. Essa reorganização do horário possibilitou a oferta de pelo menos cinco aulas diárias a todas as turmas, com algumas falhas, sanadas ao longo dos dias.

Pais foram informados oficialmente da decisão e os dos alunos do segundo e terceiro anos convocados para reunião, onde foi esclarecido acerca da normalidade das aulas técnicas e da importância da frequência dos alunos, haja vista a impossibilidade de reposição posterior de conteúdos. A informação foi disponibilizada por escrito, através de comunicado enviado pelos alunos, eletronicamente, via blog da escola e pessoalmente, em reunião realizada dia 22 de agosto passado.

Apesar disso, verificamos que algumas turmas não vinham comparecendo à escola como deveriam, o que nos levou a uma nova ação, desta vez via telefone, quando conseguimos contatar cerca de 80% de pais ou familiares dos alunos ausentes, alertando-os do fato. Não obtendo ainda o resultado desejado, entramos em contato com os alunos presentes, solicitando a estes que multiplicassem a notícia junto aos colegas faltosos. Solicitamos ainda à direção de escola na qual alguns dos alunos faltosos fazem curso de idioma, que repassasse a notícia aos presentes à aula, tendo sido prontamente atendida.

Como ex-dirigente sindical de uma categoria de forte expressão nacional, atuante em vários momentos de enfrentamento por razões semelhantes às que enfrentam hoje os professores da rede estadual, jamais poderia ameaçar ou punir um trabalhador por exercer um direito que lhe é assegurado, mas justamente pelo costumeiro respeito aos direitos essenciais da população e opiniões divergentes de colegas enquanto participante de referidos movimentos, não posso agora, negá-los àqueles que tomaram decisão diferente daquela deliberada pela categoria.

Uma greve representa um impasse, um enfrentamento, e como tal deve ser indicada pela entidade representativa dos trabalhadores. Só será deflagrada mediante decisão da maioria presente a ato convocado para tal, o que não significa em absoluto a obrigação de todos a acatarem. A decisão de acatar um indicativo de greve é individual, e do mesmo modo como aqueles que decidem participar devem ser respeitados em sua decisão, os que não participam também o devem ser, afinal, como diz um velho ditado, “o sapato aperta em quem o calça”.

Hoje, véspera de uma assembleia que poderá suspender a greve dos professores, nossa preocupação concentra-se na qualidade do convívio na escola, o qual espera-se seja baseado no respeito mútuo e profissionalismo, evitando assim, conflitos no ambiente escolar, visando preservar o clima favorável à aprendizagem de nossos alunos.

Participar ou não de uma greve, nunca foi e nem será indicativo de coragem ou covardia. Quantos dentre os grevistas não estarão ali por medo de expor opinião contrária, ou mesmo para aproveitar o momento como se estivessem de férias ou folga (opinião de muitos docentes com os quais conversei e lidas nos diversos fóruns acerca do assunto). Por outro lado, quantos permanecem na escola não por covardia, mas por convicção ou circunstância, necessitando superar inclusive algum constrangimento junto a colegas? Quem conhece o outro suficientemente para julgar suas razões?

Deste modo, finalizo esta mensagem com uma frase, bastante representativa do momento que vivemos, a qual espero possa inspirar a todos em suas ações e reações.

Uma conduta irrepreensível consiste em manter cada um a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia.” (Voltaire)

Aila Magalhães

Diretora da EEEP Juarez Távora




sábado, 27 de agosto de 2011

A importância das regras...

A mãe de um garoto de nove anos escreveu reclamando de uma regra que a escola que seu filho frequenta adota. Ela marcou uma visita do menino ao pediatra e queria buscá-lo antes do fim das aulas. Só que a escola não permite essa prática e, mesmo com a insistência dela, não cedeu. Resultado: o garoto precisou faltar nesse dia.

Nossa leitora tem dois argumentos para contestar a posição da escola: considera melhor o aluno assistir a uma parte da aula do que faltar o dia todo e acha que a rigidez e o apego às regras não contempla a diversidade da necessidade dos alunos. Creio que essa questão merece uma boa reflexão.

Antes de tudo, vamos lembrar que à escola cabe a transmissão do conhecimento em uma situação específica: no coletivo. Os alunos devem aprender com seus colegas, e isso leva a uma série de outros aprendizados. Um deles é o respeito às leis da instituição escolar, um espaço de convívio público.

Muitas das leis que existem na escola são resultantes de princípios que servem de base ao bom convívio. Está certo que muitas escolas se importam mais com as regras do que com os princípios por trás delas e, por isso, exageram nas medidas que tomam. É o caso do uso do uniforme, por exemplo. Sei de alunos que foram impedidos de entrar na escola porque usavam meias brancas com pequenos enfeites coloridos.

Mas, à parte esses equívocos, os pais deveriam acatar as leis escolares e incentivar os filhos a respeitá-las porque, assim, ensinam também o que significa ser cidadão, viver em comunidade. Imagine, leitor, uma escola com centenas de alunos tendo de administrar entradas e saídas fora do horário. As aulas ficam confusas, os alunos, dispersos, e o espaço, desorganizado. E isso influencia o aprendizado de todos.

É por isso que o trânsito, por exemplo, tem suas leis: para proteger a todos os que caminham ou dirigem seus carros nas ruas. As transgressões a essas leis colocam em risco muita coisa, inclusive a segurança de todos nós. E, como o trânsito é caótico porque cada um pensa apenas em suas necessidades, sabemos que o resultado não é bom para ninguém.

Lembro-me de uma época em que o ator Antonio Fagundes decidiu ser rigoroso no horário de uma peça que encenava. Quem chegasse após o início era impedido de entrar. Isso gerou polêmica. Por quê? Porque, no modo de vida individualista que adotamos, pouco nos importa o outro, já que tudo o que interessa é o que "eu quero agora" ou de que "eu preciso".

Pois é, estamos mais para a televisão do que para o cinema ou o teatro. Enquanto assistimos à TV, comemos, conversamos, atendemos ao telefone, "zapeamos" etc. Não há ritual necessário. Já no cinema ou no teatro, devemos seguir alguns rituais, e isso tem incomodado muito. Mas uma sociedade desritualizada leva a dificuldades de convívio.

Por isso, senhores pais, é bom ensinar aos filhos o respeito às leis escolares. Quando a escola demonstrar rigidez, e não rigor, aí é hora de dialogar em busca dos princípios de base das leis que aplicam.

Escrito por Rosely Sayão às 10h08

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Comunicado - Greve de Professores

Caros Alunos e Pais:

Informamos que a partir do dia 18 de agosto, 12 professores da grade regular e 3 de atividades acessórias (Multimeios e LEI), decidiram aderir à paralisação em andamento em nosso Estado.
Apesar de respeitarmos a decisão de nossos professores, lamentamos a paralisação das atividades, por compreendermos que tal situação acarreta prejuízos ao processo de aprendizagem de nossos alunos, objetivo principal da escola e de todos os que nela trabalham.
Assim, esperamos que a situação seja revertida o mais rápido possível, mas enquanto permanecer, os alunos do 2º e 3º anos terão aulas técnicas no período da manhã. Estamos empreendendo esforços para que os estágios de todos os cursos tenham início ainda este mês. Os alunos do 1º ano terão aula das disciplinas Português, Matemática, Artes e Inglês, cujos professores não aderiram ao movimento.
Até segunda-feira da próxima semana estaremos divulgando o horário das atividades durante o período da greve.

A Direção

domingo, 14 de agosto de 2011

Vestibular Uece - Isenção de Taxa

A Universidade Estadual do Ceará publicou edital de isenção da taxa de incrição para o vestibular 2012.1. Fiquem atentos às datas e prazos. Abaixo, trecho deinstruções e link de acesso. Lembramos ainda que o estudante que obtiver isenção e não comparecer às provas, só terá direito auma segunda isenção, de 50%.

2.DOS PEDIDOS DE ISENÇÃO

2.1. Os formulários de solicitação de isenção da taxa do Vestibular 2012.1 somente poderão ser preenchidos no site www.uece.br/cev e deverão ser entregues juntamente com toda a documentação pertinente a cada categoria de isenção nos locais indicados no subitem 2.5.
2.2. A CEV/UECE não disponibilizará, nos locais de entrega da documentação, formulários para solicitação de isenção da taxa do Vestibular 2012.1.
2.3. O acesso pela internet para o preenchimento dos formulários de solicitação de isenção da taxa do Vestibular 2012.1 poderá ser feito das 08h 00min do dia 16 de agosto até as 19h 00min do dia 22 de agosto de 2011, no site www.uece.br/cev.
2.4. A partir das 19h 00min do dia 22 de agosto de 2011, o acesso ao site para o preenchimento dos formulários de solicitação de isenção da taxa do Vestibular 2012.1 será bloqueado.
2.5. A CEV/UECE estará recebendo os requerimentos preenchidos, juntamente com toda a documentação pertinente a cada categoria de isenção, nos dias 16, 17, 18, 19 e 22 de agosto de 2011, nos seguintes locais:
a) Sede da CEV/UECE, no Campus do Itaperi, Av. Paranjana, 1700, no horário corrido das 8 às 17 horas, com exceção dos dias 19 e 22, quando o atendimento se estenderá até as 19 horas.

3. DAS CATEGORIAS DE ISENÇÃO

3.1.4. Categoria D: Egresso do Ensino Médio tendo cursado com aprovação, todo o Ensino Médio regular, durante três anos letivos (1o, 2o e 3o anos), em escolas públicas (municipal, estadual ou federal) de funcionamento regular no Estado do Ceará;
3.1.5. Categoria E: Aluno que esteja cursando o segundo semestre do 3o ano do Ensino Médio em escola pública (municipal, estadual ou federal) de funcionamento regular no Estado do Ceará e que tenha cursado o 1o semestre do 3o ano em escola pública (municipal, estadual ou federal), bem como o 1o e o 2o anos do Ensino Médio, com aprovação, também em escola pública (municipal, estadual ou federal) de funcionamento regular no Estado do Ceará.
3.2. Para as categorias D e E serão concedidas, no máximo, duas isenções.
3.2.1. A primeira concessão de isenção equivale a 100% (cem por cento) do valor da taxa de inscrição e a segunda, a 50% (cinquenta por cento) de seu valor.
3.2.2. Tendo em vista os custos do processo, após a concessão da isenção, a decisão do beneficiário de não usufruí-la será considerada como uma concessão já deferida, quando do próximo pedido de isenção feito pelo candidato.

Felicidade aos pais, todos os dias...



"Existe algo ilimitado no amor de um pai,
algo que não pode falhar,
algo no qual acreditar
mesmo que seja contra o mundo inteiro.
Nos dias da nossa infância,
gostamos de pensar
que nosso pai tudo pode;
mais tarde,
acreditaremos que seu amor
pode compreender tudo."

(Frederick Faber)