Foi através de um seminário na escola que o estudante João Batista de Castro David Júnior, estudante do 3º ano do Liceu de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, começou a desenvolver uma pesquisa sobre produção de inseticida natural no combate ao Aedes aegypti. A ideia veio da simples observação do uso caseiro de plantas por pessoas da região para impedir o desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue. A atenção de João para a técnica partiu da “teoria” de que toda crendice popular tem um lado científico.
A teoria neste caso foi comprovada. Ele conseguiu desenvolver um método eficaz, de baixo custo e ecologicamente correto de controle do mosquito através da análise de extratos vegetais. A pesquisa deu tão certo que o estudante ganhou um prêmio na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), realizada de 9 a 14 de maio, na Califórnia (EUA).
Para alcançar o resultado, o jovem pesquisador precisou se dedicar bastante. Foram quase dois anos de estudos, tendo que abdicar de férias e fins de semana. No início, ele teve que buscar parcerias com a Secretaria da Saúde de Estado e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) para desenvolver a pesquisa.
Com a mesma pesquisa, João participou anteriormente de feiras no Ceará e em estados, como Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Sul, conseguindo sempre boas colocações, o que lhe garantiu credenciamento para participar de feiras maiores. Participou em julho do ano passado da sua primeira feira internacional, na Tunísia. E neste ano , foi premiado na 8ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) realizada na Escola Politécnica da USP, em São Paulo, no mês de março.
João relembra empolgado a experiência na Califórnia na Intel ISEF. Foram mais de 1.600 estudantes de vários países participando da feira e apresentando suas pesquisas. “A integração foi muito boa e ganhar o prêmio foi sem palavras”, comemora o estudante que conseguiu o 3º lugar e ainda ganhou dois prêmios especiais – um da Caco Pharmaceutical & Bioscience Society e outro da National Collegiate Inventors and Innovators Alliance.
O estudante de 17 anos pretende prestar o vestibular da USP para o curso de Engenharia Química e prosseguir com as pesquisas.
Fonte: O Povo, 04.05.2010
